Tag Archive: Reflexões


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Como definir se você é capaz de algo? Se tem “o que é preciso”? Você já parou para pensar nisso? Por que você faz alguma coisa? Você é bom? E o mais importante: Você gosta do que faz?

Não vou aqui discutir sobre a questão de ideologias, crenças, filosofia ou histórias pessoais… cada um tem sua e é um ser único por isso. E, mesmo o pior dos pessimistas acredita (ou deve acreditar) que sua forma de pensar é o melhor! (Paradoxos a parte, a ideia é uma breve reflexão).

 

 

 

Uma série de motivos nos levam a escolher um caminho, e por alguns momentos parecem que não existe outra saída e que estamos em uma estrada sem volta. Nem paramos para pensar sobre se é isso mesmo que queremos ou realmente apreciarmos a paisagem. O caminho fica sendo o objetivo em si.

Não que isso seja ruim, o lema de muitos é carpe diem: “aproveitar o momento”, “viver o dia”, “aproveitar/colher o dia”… já que o amanhã não existe e nunca se sabe o que vai acontecer.

 

 

 

 

O problema é quando se pensa que não existe mais alternativas, que é isso e nada mais.

O que vemos como certo e correto, pode não estar muito bem focado ou nítido.

 

 

 

 

Existem muitas formas de se atingir seu objetivo, mas os caminhos são múltiplos. E a competência depende de aprendizado, treino, habilidade, atualização, vontade, informação. Muita coisa, independente do conhecimento requer prática, e muitas outras coisas são bem mais fáceis quando existe um aprendizado e um conhecimento teórico prévio. Conhecer a si é o primeiro passo para saber quais são suas capacidades e limites.

Quando se sabe o que se quer é muito mais fácil ir atrás.

 

 

 

Bom, para aproveitar mais um clichê: “A propaganda é a alma do negócio”…

Hoje, infelizmente, não basta ser o melhor, o esforçado e dedicado. A divulgação também é importante. Ser político também.

Mostrar-se para o mundo é bem difícil para certas pessoas, mas há momentos em que é preciso e outros nem tanto.

 

 

Saber negociar, entender as implicações e consequências e agir, ou melhor, saber agir podem fazer a diferença. Não significa que você deve se corromper para atingir seus objetivos.

Deve ser levado em conta também que se você for muito bom naquilo que faz, e se gostar do que faz o trabalho fica mais fácil, você busca se atualizar (não é uma tortura cada novo aprendizado), você até fica feliz (pelo menos, às vezes) e o reconhecimento logo vem. Pelo menos, de quem entende do assunto.

Buscar a fama apenas pela fama é algo passageiro, vazio. E será que é realmente sucesso? Torna uma pessoa melhor?


 

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Quando estamos rodeados pelo medo, pela angústia e pela incerteza, as respostas encontradas são mais do que surpreendentes, são também mais rápidas as buscas por soluções e mais instantâneo o momento.  As percepções que se podem ter são diversas, pois dependem de uma série de fatores e conjunturas como, por exemplo, um morador de uma região pacata, com poucos habitantes que conhece a maioria, baixos índices de criminalidade e boa distribuição de renda, emprego e serviços  básicos de qualidade não tem a mesma ideia e urgência quanto um habitante de uma caótica metrópole na questão segurança ou será que tem?

Você pode até falar que dependo o quanto ele assiste aos programas de jornalismo sangrento, abusivo, manipulador e sensacionalista que existem e o quanto ele acredita estar próximo destas notícias. Mas, em geral, as prioridades envolvendo segurança são diferentes.

A velocidade das mudanças é tanta que até podem aumentar o sentimento de medo, angústia e incerteza, seja pela falta de conhecimento e informação, falta de pertencimento, por se perder no meio de tantas coisas, ou por não saber nem mesmo o que está acontecendo ao seu redor.

Vivemos em um mundo de mudanças constantes e em um espaço de tempo cada vez menor. Se há menos de 10 anos você se sentia livre para caminhar em seu bairro tarde da noite, hoje o sentimento já pode não ser mais o mesmo. Talvez, nem tenha sido tanto o seu bairro, mas sim você que tenha mudado, mas o sentimento de segurança é importante.

Não adianta morar em um bairro tranquilo, se você tem pavor de sair de casa com medo de ser assaltado e morto no caminho.

Qual é o problema que temos que enfrentar? É o ódio que vem aumentando? O mal em sua mais pura manifestação? A pressão e competitividade social que são mais “selvagens”? O instinto mais primitivo a flor da pele? Estresse?Falta de amor?

O que justifica o aumento de violência no mundo? Ou será que o mundo foi sempre assim e as informações e notícias sobre o assunto é que aumentaram?

Enquanto não soubermos quais os problemas que temos pela frente, se são pessoais ou coletivos e não soubermos enfrentar esses problemas de frente, pouco irá mudar. E enquanto estivermos pautados em conceitos ultrapassados, confusos e errôneos, as soluções que encontrarmos também serão ultrapassadas, confusas e erradas. Há um aprendizado com um passado, mas é preciso uma adaptação para o presente, reconhecendo as diferenças, novidades e especificidades de cada caso. Se há cada vez mais defensores de mais cadeias e até de penas de morte é por que já chegamos em uma crise, um ponto de revolta e impotência tamanha que é assustador.

O remédio vencido pode trazer mais danos do que cura!

Será que paramos para pensar como chegamos a este ponto? Até que ponto vemos oportunistas e demagogos se aproveitando para lucrar com essa situação de medo e caos? Quem se beneficia com isso?

É difícil imaginar um mundo sem violência? Um mundo sem ameaças, pelo menos por parte de um ser humano para com outro? Um mundo de entendimento e paz verdadeira?

Isso gera polêmicas e confusões, como por exemplo, confundir esporte com violência gratuita e sem sentido. Ou violências geradas por causa de esportes como brigas de torcida que não tem relação com a prática e o espírito esportivo, que deve visar uma competição justa, pautadas em regras claras. Mesmo em lutas esportivas a intenção não é matar o adversário, mas saber quem aguenta mais e quem é o melhor, o mais preparado, o mais ágil e mais forte.

Estamos confundindo muitas coisas nesse sentido, trocando causas por consequências e motivações como desculpas. A pior desculpa de todas, que vira e mexe ressurge nos mais inusitados meios, é se devem ou não banir jogos eletrônicos que “incitam” a violência e são vistos como mal exemplos. Como se a realidade e os noticiários já não dessem mais do que suficientes exemplos ruins. Claro, o mundo de fantasia deve ser um perigo maior do que a realidade.

Isso é uma forma de deturpar o assunto e trocar as responsabilidades e causas da violência. É infantilizar toda a população e achar que são influenciadas por jogos e filmes fantasiosos. Será que somos tão influenciados assim que devemos banir os jogos de uma vez? E depois? Vamos censurar as notícias violentas? Vamos proibir todos de sair de casa para evitar maiores problemas?

O remédio errado e/ou mal dosado vira veneno.

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Dá para saber quando estamos sendo enganados ou não? A tecnologia permite maravilhas, inclusive a facilidade de ludibriar e enganar as pessoas. Até os menos ingênuos estão fadados a cair em uma tentação ou outra. As comprar “on-line”, pela sua facilidade e aparente “segurança” são cada vez mais requisitadas, mas é preciso cautela, o golpe pode estar do outro lado da rede.

E as informações são tão desencontradas que cansam. A imbecilidade também, às vezes por parte minha, como consumidor que acredita em tudo que está escrito e deixa de questionar coisas fundamentais como descumprimento de prazos, de promoções que não são tão fantásticas como se apresenta. E, sabe o que é mais chato, as empresas e vendedores “on-line” são de carne e osso, pior, muito pior, por estarem escondidos em uma fachada virtual.

Qual a solução? Existe alternativa? Existe saída?

Há uma série de pessoas bem intencionadas e o mais fundamental nesse caso, pessoas honestas atuando nesse ramo, mas os ovos podres tem também sua chance. O número e facilidade de dados que a internet troca e é capaz de deixar grandes vigaristas do início do século passado, passarem como simples amadores, mesmo.

Nós queremos confiar, queremos comprar, mas um deslize pode sair bem caro, é isso que preocupa muitos que tem verdadeiro horror a qualquer compra através das novas ferramentas. É certo que a facilidade do endividamento é grande e por isso a cautela se torna cada vez mais fundamental, ser enganado pelos bancos, comércios e ludibriado por um materialismo pobre é fácil, principalmente quando falta Educação e consciência para percebermos que estamos sendo enganados.

Aí é que a coisa começa a ser mais angustiante, por um lado quando percebemos que estamos sendo pressionados por um mar de inutilidades a tentação é grande, mas perceber o que é supérfluo pode poupar o consumo desse inútil. Mas nem sempre, afinal há vontades, desejos provocados ou não pelas propagandas que permeiam o subconsciente de cada um e a definição de inútil se flexibiliza de acordo com o sujeito. Mesmo assim, perceber o que é ou não útil é fundamental, embora seja passível de interpretações.

Estar ou não alienado dentro do sistema não torna esse sistema mais ou menos inútil e não torna o consumo menos desnecessário, consumir melhor, mais consciente, responsável e sustentável é possível, mas é preciso também acessibilidade, conhecimento, informações confiáveis e não um jogo de interesses e bombardeamento de informações desencontradas como é muitas vezes visto para desestabilizar, confundir ou desviar a atenção.

Se tornar consciente do que ocorre nesse sistema pode ser mais desesperador e desanimador, mas é o único caminho para que uma alternativa real, durável e sustentável possa existir, enquanto existir pessoas que enganam, são enganadas e enganam a si próprias divergindo da realidade e dos problemas urgentes como: fome, pobreza, desigualdades, preconceitos, abusos, concentração e tantos outros que existem há séculos fica mais difícil saber em que e em quem acreditar e qual caminho a se seguir.

O melhor caminho é o do bem comum? E esse comum é uma convergência da vontade de todos, buscando respeitar a vontade da maioria? Pois bem, se essa maioria é manipulada por minorias e interesses diversos que não representam as necessidades reais e urgentes da maioria, acabam criando uma ilusão sobre quais são essas necessidades e até certo ponto e impedindo o desenvolvimento da sociedade. Não podemos eximir a parcela de culpa individual, a nossa própria culpa nessas configurações, mas não podemos ser sempre passivos nesse processo.

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Existem pessoas que não tentam nada por medo do… Sucesso! Isso mesmo, elas não tem medo de falhar ou de errar, ou talvez tenham muito medo disso também, mas há pessoas que tem medo de conseguir justamente tudo aquilo que se propôs a fazer e tentar na vida. Pode parecer estranho, mas o sucesso pode significar dedicação, confiança, determinação, realização pessoal, felicidade, e tantas outras coisas que são mais ou menos subjetivas e que dependem da percepção alheia ao indivíduo de “sucesso”.

Reconhecimento, talvez, seja o que muitos lembram quando se fala em sucesso. E isso consome energia, tempo, cuidados e mais dedicação e determinação para se manter o status. Igualmente, ou até mais trabalhoso, que atingir o sucesso é manter seu nível por longos períodos. Visto dessa forma o medo do sucesso pode ser então o medo do fracasso eminente e posterior ao sucesso, medo de não conseguir atingir as expectativas.

O medo do fracasso é limitador e assustador, para muitos inibe tentativas de mudar e melhorar suas vidas, de arriscar mais e até experimentar algo que seja fora da rotina, mesmo se a rotina já estiver deprimente, desgastante, sem nenhuma perspectiva de melhora, porém estável, aparentemente segura, pois já está acostumado a viver assim. O medo então não é de continuar a pobre e triste vida de agora, é de tentar uma mudança e piorar essa condição.

Se tentar já é um sacrifício por si só, imagina como será o erro para essas pessoas. A mera possibilidade de que isso ocorra já é suficiente para a paralisia e resignação. Mesmo que exista o desejo de uma vida melhor, eles são mais planos mirabolantes, fantasiosos e ficam no plano das intenções, ao invés de metas e objetivos concretos e perseguidos. Isso com o tempo gera uma frustração que vai se ampliando e, mesmo que os sonhos e metas não buscados sejam esquecidos, o sentimento de insatisfação e tristeza vão se acumulando.

Já ouviu aquele termo que existem “pessoas de mal com a vida”? Quem sabe quais tragédias se abateram sobre essas, mas com certeza há pessoas frustradas que acabam tendo um ar de acidez, deboche e até “maldade” em torno delas. Não é inteiramente por culpa dela, a vida é surpreendente e imprevisível, há acontecimentos que desviam completamente de metas e objetivos muito bem pensados e estabelecidos. O problema está quando se usa situações adversas como muletas para não arriscar e ir atrás de seus sonhos e acabar infeliz e miserável com a nova situação.

Afinal, se houve alguns problemas e desvios ao longo do caminho, qual o problema em adaptar ou adiar os planos para que sejam aceitáveis? Ou não está feliz com o aceitável, então não vai tentar mais nada? Isso não faz muito sentido, faz?

Deixar de fazer alguma coisa, seja pelo contexto, pela falta de vontade ou por uma mudança pessoal não deve ser impedimento para fazer outras coisas que ainda podem te levar a seus objetivos. Não se pode parar em cada desafio e adversidade só por que é difícil e chato em alguns momentos. Mas também não é legal continuar em um caminho assim, se não houver perspectivas e planos de melhoras.

Também devemos tomar cuidado com o “erro”. Muitas coisas que são considerados como erros ou decisões erradas na vida de uns, podem ser a melhor coisa para outros. O certo ou errado, nesses casos, podem variar. Se você toma diversas decisões pessoais, quem pode dizer se elas são certas ou erradas? Existe um juiz capaz de controlar sua vida depois de uma certa idade e tomada de consciência? Se depois de uma série de decisões e ações consideradas erradas, o sucesso pleno e esperado inicialmente é atingido é correto falar que foram tão erradas assim?

Claro que há muitas outras implicações e nuances que não podem ser generalizadas e que  não se encaixam nos padrões e discussões aqui expostos, mas de forma geral pensar o sucesso ou fracasso varia tanto quanto a percepção dos outros e mais ainda de si mesmo. Aliás, mais de você mesmo no final das contas, pois não  vai importar muito o que os outros pensam, se você não concorda ou aceita isso. Se outros acham que você atingiu o sucesso, mas você não acredita ou aceita isso como verdade ou como certo, o sucesso pleno existe mesmo? Estar satisfeito consigo é uma forma de obter sucesso pessoal? Há inúmeras convenções e expectativas sejam familiares, sociais ou culturais, mas o indivíduo faz parte desse processo e deve ter sua voz, e no final das contas é ele que decide os rumos da sua vida, mesmo que não de forma total e independente.

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Acho que a primeira resposta a essa pergunta deve ser, quando se está feliz com as escolhas feitas. Embora não seja a melhor resposta do mundo. É claro que a própria pergunta pode ser alvo de trocadilhos e algumas exceções. Como, por exemplo, posso dizer que estou no caminho certo, pois sigo as instruções do GPS… Ou, sei que estou no caminho certo, porque não existe outro; E até, sou feliz com a infelicidade alheia ou fazendo o mal (espero não conhecer esse tipo de gente).

Para ser feliz, o que é preciso? E, talvez, seja essa a pergunta mais importante. Talvez, nem tanto a felicidade, quanto a busca por ela, e o que você é ou não capaz de fazer para alcançá-la, deve ser considerado. Afinal, vale ser feliz quando todos à sua volta não são? Até que ponto isso não é estar se enganando?

São cada vez mais indagações e detalhes a serem pensados, ignorados muitas vezes nas perguntas que, em um primeiro momento, parecem simples. Também não podemos levar a vida questionando tudo e todos à todo momento e nos mínimos detalhes, podemos? Provavelmente levaria à loucura e certamente desastres e estagnações, assim como seguir fiel e cegamente algumas diretrizes e ordens já provaram ter resultados assustadores e catastróficos.

Então, algumas certezas e generalizações na vida não podem faltar. O caminho que acho certo é aquele que eu possa buscar a felicidade e achá-la, mas sem que para isso prejudique outra pessoa e a mim mesmo. Que seja um caminho que eu possa me divertir, mesmo que haja dificuldades e frustrações momentâneas. Ter medo de errar é uma coisa, não tentar é outra. Isso pode até soar como clichês e até são, pois de certo modo clichês exalam obviedade e simplificações. Não quer dizer que só por isso deva ser ignorado. Se são óbvios, por que tão difícil de perceber em certos momentos? Nem a vida deva ser vista como um grande ciclo de clichês.

A racionalidade nem sempre se aplica nesses momentos. Os sentimentos e vontades interferem nas reações e decisões, para o bem ou para o mal, também não existe apenas caminhos imutáveis e decisões irrevogáveis. Às vezes, podemos voltar e tentar de novo, fazer diferente, buscar outro rumo.

Confesso que eu fiz escolhas que muita gente não entendeu, mas que fazem muito sentido para mim. Claro que não foram decisões fáceis, quer dizer, algumas foram, mas que com certeza tiveram impactos significativos. Mas estou confiante nesse caminho, no momento animado com o trajeto. Mesmo que seja aterrorizador pensar nos obstáculos. Saber dosar entre sentimentos, vontades, racionalidades e objetivos e tentar ser equilibrado, em alguns momentos são válidos. Exageros contínuos e constantes são altamente prejudiciais. Talvez, devemos aprender a lidar com as escolhas, pois cada escolha também significa um abandono, ir atrás de um objetivo te impede de ir atrás de outros, mas não ir atrás, ou pior, não ter nenhum objetivo te impede de viver e ser feliz. A não ser por obra do acaso, e atualmente, não dá para contar apenas com a sorte.

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Eu não pretendo fazer nenhum trabalho de futurologia, previsões macabras ou otimistas, mas tentar entender melhor algumas coisas que tem relação direta com a situação do mundo hoje e do mundo daqui a algum tempo. Mas as possibilidades e cenários são tão inúmeros e complexos em que não é possível saber todas as ações que ocorrem simultaneamente sobre um determinado tema. Agora imaginem as múltiplas relações entre as diversas partes do mundo e realmente parece impossível qualquer tipo de previsibilidade no futuro.

Muito embora haja expectativas e probabilidades gritantes em alguns casos, vale lembra que o fator mais imprevisível de qualquer equação visando o nosso futuro, somos justamente nós. E os impactos e exemplos são inúmeros, o fator humano não pode ser computado de uma forma totalmente matemática, ou pelo menos, ainda não foi inventada uma fórmula infalível que possa prever detalhadamente o comportamento humano, seja específico (de um indivíduo) ou da população como um todo (geral).

Isso acontece por sermos mentes pensantes, opinantes, flexíveis, mortais, com sentimentos, memórias, contextos, condicionantes e histórias, que tem consciência disso, alguns em menor grau do que outros. O contexto, seja social ou pessoal, faz uma grande diferença, pois é determinante sobre os conhecimentos e saberes adquiridos ao longo da vida.

Se a família e a sociedade prezam por ensinar e respeitar os feitos do passado há uma grande chance das novas gerações evitarem erros ou ‘perderem’ tempo descobrindo o que já foi descoberto. Por um lado, isso pode significar uma rápida evolução e progresso com novas tecnologias, novos métodos e processos que tornarão a vida mais ‘fácil’ do que era antigamente. Por outro lado, se não houver uma conscientização de que o que havia foram frutos de árduas conquistas e até erros lamentáveis ao longo de várias gerações, podemos ter uma geração fútil, fadada a conquistas mesquinhas e pouco inovadoras.

Se não levarmos os ensinamentos do passado em conta, até mesmo os que achamos banais e ultrapassados, mas que foram essenciais para resolução de problemas e dificuldades que hoje não existem mais ou que são menos intensos, corremos o risco de nos tornarmos estagnados e incapazes de resolver nossos próprios problemas. Romantizar o passado também não nos ajuda e até podem atrapalhar julgamentos e decisões.

Mesmo existindo coisas que podem envergonhar por gerações é preciso que ele seja entendido, relembrado, resolvido e perdoado, guardar rancor por algo que ocorreu há séculos pode não ser a melhor coisa do mundo, mas reprimir as violências e brutalidades de outrora também não se resolve. Aliás, tentar apagar os erros do passado através da repressão e supressão desses acontecimentos não tem sido a melhor tática que existe. O aumento dos casos de violência, no mundo todo, fundamentados em questões de gênero, etnia, nacionalidade, territorialidade, religião e inúmeras outras razões, são em sua maioria justificados por acontecimentos passados.

Para cada ação uma reação, só que no caso não como a lei da física que diz que é igual e contrária, pois há uma possibilidade de manipulação que pode tornar essa reação tanto uma marolinha como um verdadeiro tsunami. Usar a dor alheia para fomentar ódio e violência é um exemplo, o líder, o mártir, a vítima, todos são capazes de causar comoções e reações que de outra maneira seriam consideradas excessivas, mas que por ser tão chocante leva a uma histeria coletiva e as consequências são imprevisíveis. Mas essas são também situações limites, geralmente em contextos de fortes repressões, desilusões e desgostos da sociedade. O chamado estopim das revoluções, não significa que não havia nada de errado antes.

Talvez, justamente por uma série de antecedentes desagradáveis, é que ‘nasçam’ líderes e mártires, ou será que Moisés estava feliz com sua condição e a dos outros? O mesmo vale para Jesus, Maomé, Joana D’arc, Hitler, Ghandi, Lênin, Luther King, Mao, Castro e tantos outros nomes na história, seja já esquecida por muitos ou mais atual?

Há diversos motivos para considerar certos líderes, alguns dos mencionados acima, como a encarnação do ‘demo’ em pessoa, ao passo que também dos citados podem ser considerados Deus. Se, com suas ações, fizeram mais bem do que mal, isso cabe a cada um responder pelos seus atos e suas crenças, embora preocupante em certos casos, é inegável a influência de cada um a milhares e até milhões de pessoas durante sua existência, algumas são influência até hoje. Será que ficaram surpresos com as consequências de seus atos?

Uma pessoa é capaz de mudar o mundo, mas somente se ela for capaz de mobilizar outras pessoas. Pelo menos, para que possamos sentir diferenças significativas. Mesmo atos isolados podem ter grandes impactos, mas podem ser apenas temporários se não forem capaz de mudar e conscientizar as pessoas de uma forma mais profunda e significativa. Esse é um dos grandes problemas que enfrentamos na nossa sociedade cada vez mais individualista, pessimista e desmobilizada. Mas tenho esperanças, que um mundo melhor é possível, ainda.

Eleições 2010

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As campanhas e os candidatos ainda não foram oficializados, mas o clima de eleições no Brasil parece que já está ocorrendo a um bom tempo, tanto pelos pré e possíveis candidatos a presidente e suas mobilizações,  como também governadores, senadores e deputados a serem eleitos. Sem contar os últimos escândalos de corrupção nesse meio que já deterioraram a imagem desta “profissão”.

Profissão, mesmo que, segundo a lei, qualquer um possa se candidatar caso preencha certos requisitos como ser alfabetizado (não que se verifique isso), fazer parte e ter apoio de um partido político, cada vez mais se tem a impressão de que tem se tornado um grupo muito seleto, nem sempre seletivo. Os motivos para isso são tão complexos como a situação que temos hoje.

É correto dizer que a população é que escolhe seus governantes. De certa forma, então, o velho ditado que diz: “cada um tem o governo que merece” tem grande fundamento. Mas não podemos esquecer uma série de fatores que envolvem essa relação. Poder aquisitivo, postura, financiamento externo, mídia, tempo, lugar, local, discurso, carisma, flexibilidade, debates, concorrentes, intuição, enfim, esses e muitos outros fatores podem fazer a diferença em questão de segundos e de forma emocionante em alguns casos.

Isso quer dizer então que a população nem sempre tem acesso a todas as informações e a todo o projeto político que cada candidato possui. Uma grande parcela nem parece estar interessada mesmo, então uma boa propaganda e discursos que consigam angariar simpatias são fundamentais. Aliás, o imediatismo parece ser um dos grandes sucessos nas últimas eleições, as preocupações de hoje tem prioridade e quem consegue fazer o melhor discurso de como irá resolver o problema no menor tempo e no melhor tempo ganha.

Claro que essas simplificações escondem todo um processo muito mais complexo e tenso, mas os fundamentos parecem ser esse. Não vejo motivos para esperar alguma surpresa nas eleições marcadas para o fim do ano, digo surpresas quanto ao funcionamento, pois os ocupantes aos cargos ainda estão indefinidos.

Nos últimos anos o aumento de candidatos “famosos”, muitos por outros motivos que não a política, parecem ter aumentado consideravelmente. Mas a proporção desses candidatos, por cargos ocupados não parecem ter aumentado tanto. Tomara que não estejam buscando apenas se promover e se estiverem se candidatando na busca de uma sociedade melhor, qual o problema? Afinal, não são cidadãos?

Como os candidatos começam a se consolidar e serem definidos, além das propagandas eleitorais que começam a  se intensificar ainda neste mês, resolvi aproveitar para refletir mais sobre esse processo que aparentemente está consolidado, pelo menos, não vejo motivos para temer um golpe violento ou uma tomada de poder por uma minoria autoritária. Embora muita coisa possa ser questionada sobre o processo eleitoral e seus personagens que estarão postos à prova.

O que desejo e espero é que as propostas sejam mais claras e detalhadas dessa vez e que não fiquem apenas no campo dos discursos e das ideias. Que as promessas possam ser cumpridas e não compridas, que a ética e o bom senso sejam o espírito dessas eleições. Sem querer pedir demais, tomara que alguns valores e perspectivas possam ser repensados e reconsiderados, principalmente sobre a educação, sustentabilidade, matriz energética, relações e políticas exteriores, integração e interação, desigualdade, pobreza, saúde, infra-estrutura e transportes… tudo que possa tornar nosso país melhor, mais justo, sustentável, igualitário respeitando o diverso, feliz.

Não quero dizer que os futuros candidatos não pensam nisso, mas a impressão é que, às vezes, alguns valores e prioridades são confundidos e confusos, sendo defendidos como o interesse geral da população, quando de fato não são. Cabe a nós, como cidadãos e eleitores, ficarmos atentos, preocupados, acompanharmos de perto o que  acontece e quem vai fazer, dizer, prometer e cumprir. Acompanhar não só durante a campanha, mas depois que for eleito também.

Mesmo que o eleito não for o seu escolhido, ele tem responsabilidades para com TODOS os cidadãos.