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As campanhas e os candidatos ainda não foram oficializados, mas o clima de eleições no Brasil parece que já está ocorrendo a um bom tempo, tanto pelos pré e possíveis candidatos a presidente e suas mobilizações,  como também governadores, senadores e deputados a serem eleitos. Sem contar os últimos escândalos de corrupção nesse meio que já deterioraram a imagem desta “profissão”.

Profissão, mesmo que, segundo a lei, qualquer um possa se candidatar caso preencha certos requisitos como ser alfabetizado (não que se verifique isso), fazer parte e ter apoio de um partido político, cada vez mais se tem a impressão de que tem se tornado um grupo muito seleto, nem sempre seletivo. Os motivos para isso são tão complexos como a situação que temos hoje.

É correto dizer que a população é que escolhe seus governantes. De certa forma, então, o velho ditado que diz: “cada um tem o governo que merece” tem grande fundamento. Mas não podemos esquecer uma série de fatores que envolvem essa relação. Poder aquisitivo, postura, financiamento externo, mídia, tempo, lugar, local, discurso, carisma, flexibilidade, debates, concorrentes, intuição, enfim, esses e muitos outros fatores podem fazer a diferença em questão de segundos e de forma emocionante em alguns casos.

Isso quer dizer então que a população nem sempre tem acesso a todas as informações e a todo o projeto político que cada candidato possui. Uma grande parcela nem parece estar interessada mesmo, então uma boa propaganda e discursos que consigam angariar simpatias são fundamentais. Aliás, o imediatismo parece ser um dos grandes sucessos nas últimas eleições, as preocupações de hoje tem prioridade e quem consegue fazer o melhor discurso de como irá resolver o problema no menor tempo e no melhor tempo ganha.

Claro que essas simplificações escondem todo um processo muito mais complexo e tenso, mas os fundamentos parecem ser esse. Não vejo motivos para esperar alguma surpresa nas eleições marcadas para o fim do ano, digo surpresas quanto ao funcionamento, pois os ocupantes aos cargos ainda estão indefinidos.

Nos últimos anos o aumento de candidatos “famosos”, muitos por outros motivos que não a política, parecem ter aumentado consideravelmente. Mas a proporção desses candidatos, por cargos ocupados não parecem ter aumentado tanto. Tomara que não estejam buscando apenas se promover e se estiverem se candidatando na busca de uma sociedade melhor, qual o problema? Afinal, não são cidadãos?

Como os candidatos começam a se consolidar e serem definidos, além das propagandas eleitorais que começam a  se intensificar ainda neste mês, resolvi aproveitar para refletir mais sobre esse processo que aparentemente está consolidado, pelo menos, não vejo motivos para temer um golpe violento ou uma tomada de poder por uma minoria autoritária. Embora muita coisa possa ser questionada sobre o processo eleitoral e seus personagens que estarão postos à prova.

O que desejo e espero é que as propostas sejam mais claras e detalhadas dessa vez e que não fiquem apenas no campo dos discursos e das ideias. Que as promessas possam ser cumpridas e não compridas, que a ética e o bom senso sejam o espírito dessas eleições. Sem querer pedir demais, tomara que alguns valores e perspectivas possam ser repensados e reconsiderados, principalmente sobre a educação, sustentabilidade, matriz energética, relações e políticas exteriores, integração e interação, desigualdade, pobreza, saúde, infra-estrutura e transportes… tudo que possa tornar nosso país melhor, mais justo, sustentável, igualitário respeitando o diverso, feliz.

Não quero dizer que os futuros candidatos não pensam nisso, mas a impressão é que, às vezes, alguns valores e prioridades são confundidos e confusos, sendo defendidos como o interesse geral da população, quando de fato não são. Cabe a nós, como cidadãos e eleitores, ficarmos atentos, preocupados, acompanharmos de perto o que  acontece e quem vai fazer, dizer, prometer e cumprir. Acompanhar não só durante a campanha, mas depois que for eleito também.

Mesmo que o eleito não for o seu escolhido, ele tem responsabilidades para com TODOS os cidadãos.