Category: Medos


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Quando estamos rodeados pelo medo, pela angústia e pela incerteza, as respostas encontradas são mais do que surpreendentes, são também mais rápidas as buscas por soluções e mais instantâneo o momento.  As percepções que se podem ter são diversas, pois dependem de uma série de fatores e conjunturas como, por exemplo, um morador de uma região pacata, com poucos habitantes que conhece a maioria, baixos índices de criminalidade e boa distribuição de renda, emprego e serviços  básicos de qualidade não tem a mesma ideia e urgência quanto um habitante de uma caótica metrópole na questão segurança ou será que tem?

Você pode até falar que dependo o quanto ele assiste aos programas de jornalismo sangrento, abusivo, manipulador e sensacionalista que existem e o quanto ele acredita estar próximo destas notícias. Mas, em geral, as prioridades envolvendo segurança são diferentes.

A velocidade das mudanças é tanta que até podem aumentar o sentimento de medo, angústia e incerteza, seja pela falta de conhecimento e informação, falta de pertencimento, por se perder no meio de tantas coisas, ou por não saber nem mesmo o que está acontecendo ao seu redor.

Vivemos em um mundo de mudanças constantes e em um espaço de tempo cada vez menor. Se há menos de 10 anos você se sentia livre para caminhar em seu bairro tarde da noite, hoje o sentimento já pode não ser mais o mesmo. Talvez, nem tenha sido tanto o seu bairro, mas sim você que tenha mudado, mas o sentimento de segurança é importante.

Não adianta morar em um bairro tranquilo, se você tem pavor de sair de casa com medo de ser assaltado e morto no caminho.

Qual é o problema que temos que enfrentar? É o ódio que vem aumentando? O mal em sua mais pura manifestação? A pressão e competitividade social que são mais “selvagens”? O instinto mais primitivo a flor da pele? Estresse?Falta de amor?

O que justifica o aumento de violência no mundo? Ou será que o mundo foi sempre assim e as informações e notícias sobre o assunto é que aumentaram?

Enquanto não soubermos quais os problemas que temos pela frente, se são pessoais ou coletivos e não soubermos enfrentar esses problemas de frente, pouco irá mudar. E enquanto estivermos pautados em conceitos ultrapassados, confusos e errôneos, as soluções que encontrarmos também serão ultrapassadas, confusas e erradas. Há um aprendizado com um passado, mas é preciso uma adaptação para o presente, reconhecendo as diferenças, novidades e especificidades de cada caso. Se há cada vez mais defensores de mais cadeias e até de penas de morte é por que já chegamos em uma crise, um ponto de revolta e impotência tamanha que é assustador.

O remédio vencido pode trazer mais danos do que cura!

Será que paramos para pensar como chegamos a este ponto? Até que ponto vemos oportunistas e demagogos se aproveitando para lucrar com essa situação de medo e caos? Quem se beneficia com isso?

É difícil imaginar um mundo sem violência? Um mundo sem ameaças, pelo menos por parte de um ser humano para com outro? Um mundo de entendimento e paz verdadeira?

Isso gera polêmicas e confusões, como por exemplo, confundir esporte com violência gratuita e sem sentido. Ou violências geradas por causa de esportes como brigas de torcida que não tem relação com a prática e o espírito esportivo, que deve visar uma competição justa, pautadas em regras claras. Mesmo em lutas esportivas a intenção não é matar o adversário, mas saber quem aguenta mais e quem é o melhor, o mais preparado, o mais ágil e mais forte.

Estamos confundindo muitas coisas nesse sentido, trocando causas por consequências e motivações como desculpas. A pior desculpa de todas, que vira e mexe ressurge nos mais inusitados meios, é se devem ou não banir jogos eletrônicos que “incitam” a violência e são vistos como mal exemplos. Como se a realidade e os noticiários já não dessem mais do que suficientes exemplos ruins. Claro, o mundo de fantasia deve ser um perigo maior do que a realidade.

Isso é uma forma de deturpar o assunto e trocar as responsabilidades e causas da violência. É infantilizar toda a população e achar que são influenciadas por jogos e filmes fantasiosos. Será que somos tão influenciados assim que devemos banir os jogos de uma vez? E depois? Vamos censurar as notícias violentas? Vamos proibir todos de sair de casa para evitar maiores problemas?

O remédio errado e/ou mal dosado vira veneno.

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Existem pessoas que não tentam nada por medo do… Sucesso! Isso mesmo, elas não tem medo de falhar ou de errar, ou talvez tenham muito medo disso também, mas há pessoas que tem medo de conseguir justamente tudo aquilo que se propôs a fazer e tentar na vida. Pode parecer estranho, mas o sucesso pode significar dedicação, confiança, determinação, realização pessoal, felicidade, e tantas outras coisas que são mais ou menos subjetivas e que dependem da percepção alheia ao indivíduo de “sucesso”.

Reconhecimento, talvez, seja o que muitos lembram quando se fala em sucesso. E isso consome energia, tempo, cuidados e mais dedicação e determinação para se manter o status. Igualmente, ou até mais trabalhoso, que atingir o sucesso é manter seu nível por longos períodos. Visto dessa forma o medo do sucesso pode ser então o medo do fracasso eminente e posterior ao sucesso, medo de não conseguir atingir as expectativas.

O medo do fracasso é limitador e assustador, para muitos inibe tentativas de mudar e melhorar suas vidas, de arriscar mais e até experimentar algo que seja fora da rotina, mesmo se a rotina já estiver deprimente, desgastante, sem nenhuma perspectiva de melhora, porém estável, aparentemente segura, pois já está acostumado a viver assim. O medo então não é de continuar a pobre e triste vida de agora, é de tentar uma mudança e piorar essa condição.

Se tentar já é um sacrifício por si só, imagina como será o erro para essas pessoas. A mera possibilidade de que isso ocorra já é suficiente para a paralisia e resignação. Mesmo que exista o desejo de uma vida melhor, eles são mais planos mirabolantes, fantasiosos e ficam no plano das intenções, ao invés de metas e objetivos concretos e perseguidos. Isso com o tempo gera uma frustração que vai se ampliando e, mesmo que os sonhos e metas não buscados sejam esquecidos, o sentimento de insatisfação e tristeza vão se acumulando.

Já ouviu aquele termo que existem “pessoas de mal com a vida”? Quem sabe quais tragédias se abateram sobre essas, mas com certeza há pessoas frustradas que acabam tendo um ar de acidez, deboche e até “maldade” em torno delas. Não é inteiramente por culpa dela, a vida é surpreendente e imprevisível, há acontecimentos que desviam completamente de metas e objetivos muito bem pensados e estabelecidos. O problema está quando se usa situações adversas como muletas para não arriscar e ir atrás de seus sonhos e acabar infeliz e miserável com a nova situação.

Afinal, se houve alguns problemas e desvios ao longo do caminho, qual o problema em adaptar ou adiar os planos para que sejam aceitáveis? Ou não está feliz com o aceitável, então não vai tentar mais nada? Isso não faz muito sentido, faz?

Deixar de fazer alguma coisa, seja pelo contexto, pela falta de vontade ou por uma mudança pessoal não deve ser impedimento para fazer outras coisas que ainda podem te levar a seus objetivos. Não se pode parar em cada desafio e adversidade só por que é difícil e chato em alguns momentos. Mas também não é legal continuar em um caminho assim, se não houver perspectivas e planos de melhoras.

Também devemos tomar cuidado com o “erro”. Muitas coisas que são considerados como erros ou decisões erradas na vida de uns, podem ser a melhor coisa para outros. O certo ou errado, nesses casos, podem variar. Se você toma diversas decisões pessoais, quem pode dizer se elas são certas ou erradas? Existe um juiz capaz de controlar sua vida depois de uma certa idade e tomada de consciência? Se depois de uma série de decisões e ações consideradas erradas, o sucesso pleno e esperado inicialmente é atingido é correto falar que foram tão erradas assim?

Claro que há muitas outras implicações e nuances que não podem ser generalizadas e que  não se encaixam nos padrões e discussões aqui expostos, mas de forma geral pensar o sucesso ou fracasso varia tanto quanto a percepção dos outros e mais ainda de si mesmo. Aliás, mais de você mesmo no final das contas, pois não  vai importar muito o que os outros pensam, se você não concorda ou aceita isso. Se outros acham que você atingiu o sucesso, mas você não acredita ou aceita isso como verdade ou como certo, o sucesso pleno existe mesmo? Estar satisfeito consigo é uma forma de obter sucesso pessoal? Há inúmeras convenções e expectativas sejam familiares, sociais ou culturais, mas o indivíduo faz parte desse processo e deve ter sua voz, e no final das contas é ele que decide os rumos da sua vida, mesmo que não de forma total e independente.